terça-feira, 12 de abril de 2011

GP da Malásia: gregos e troianos

Que não dá pra agradar a todos, já é sabido, mas a F1 está levando isso às últimas consequências. Na realidade, nem os próprios pilotos estão agradando das novas regras e peças utilizadas, já que Jenson Button considerou a prova malaia "confusa".

A única coisa inconfundível até agora foi Vettel na frente

Mas também, pudera. Mesmo com toda a "confusão", pela segunda vez consecutiva, ao menos uma coisa foi a mesma: Vettel pole e vitória. Aí vai sobrar para a Pirelli mesmo.

Ora, conforme publicado por James Allen em seu blog, a empresa italiana está praticamente lavando as mãos para a categoria depois da saraivada de críticas que receberam, primeiro nos testes, e agora nas duas primeiras corridas.

A FIA e a F1 correram com a Bridgestone, que fazia pneus duráveis demais, e agora a Pirelli toma pedradas por fazer pneus duráveis de menos. Paul Hembery, diretor da divisão de automobilismo da Pirelli, disse que era exatamente isso que pediram para a fabricante de pneus fazer.

"Se vou ser criticado por tornar as corridas mais emocionantes, não sei o que dizer. É difícil para nós. Estamos no meio (do fogo cruzado). Todo mundo tem que se decidir", desabafou.

Na realidade a categoria se tornou por demais racional e fria. As tecnologias e a profundidade das análises técnicas torna o esporte cada vez menos passional e mais robotizado. É como analisar o metabolismo de cada jogador no campo para justificar porque o zagueiro não alcançou o atacante no contra-ataque que levou ao gol. Tem cabimento?

Como bem disse Hembery, há de haver uma decisão definitiva para que a Pirelli possa trabalhar em paz. E a partir daí, os engenheiros, mecânicos, pilotos e chefes de equipe que se virem para ganhar na pista, pois é pra isso que são (muito bem) pagos.

A corrida da Malásia foi confusa sim, se se tentar compreender o todo de uma vez, mas ao se analisar a corrida de cada piloto, fica perfeitamente compreensível onde erraram e onde acertaram.

Foram 55 pitstops e várias ultrapassagens, muitas das quais foram apenas circunstanciais, ou seja, não definiram o resultado, mas é o que se pode esperar com pneus que duram 12 voltas. Ultrapassagens sem valor no quadro maior.

Então não dá pra entender de onde tiram tantas críticas, pois isso iria acontecer de uma forma ou de outra. A corrida se torna muito interessante na medida em que não se consegue prever o resultado, e isso a Pirelli fez com maestria.

Agora, de fato, gregos e troianos nunca serão agradados ao mesmo tempo, e é assim que funciona desde os tempos da Grécia antiga.

3 comentários:

Ron Groo disse...

Se os homens da Pirelli fossem mais sérios já teriam dado o fora, a imagem que passa é que os pneus de toda a fabrica são um lixo. E isto é um grande anti marketing.

Bruno Aleixo disse...

É verdade Daniel, é muito difícil agradar a todos. Eu mesmo, apesar de ter a consciência de que a corrida foi movimentada, acabo achando a coisa toda muito artificial.

A Fórmula 1 se tornou uma categoria caríssima na qual ninguém quer, e nem pode, ter o mínimo prejuízo. E isso inibe os pilotos a assumirem riscos, por menores que sejam.

E não são regras artificiais que vão conseguir mudar isso... Não sei mas, a cada dia, estou achando que este é um caminho sem volta...

Marcelonso disse...

No momento a certeza é que o RB7 é um canhão nas mãos de Vettel.

abs